Peteca do Destino.
02/07/2014 17:58
Peteca do Destino.
Quando te ganhei,
esposei em meus lábios o sorriso.
E da surpresa da vida,
então chorei.
Alegria em ter-lhe em minhas mãos,
logo o seu feltro abriu.
O aroma de sua juventude exalou-se pelo ar.
E suas firmes cerdas eu pus a admirar.
Com imenso cuidado,
fui impulsionando os primeiros tapas.
Pondo-a em movimento suavemente,
a minha pequena peteca.
Que tão majestosamente,
cortava o ar lentamente.
O tempo foi se passando,
o cansaço junto a ele chegando.
Logo os golpes foram se fortificando.
As cerdas macias e firmes,
foram se deformando.
O cheiro de novo acabou,
e a fúria dos tapas,
deformou e a maltratou.
Com a cólera do tempo,
em um golpe certeiro,
fui carrasco daquele brinquedo.
Ceifei-lhe as penas de seu corpo.
Deixando espalhado ao chão,
o tempo de sua duração.
E da minha podre ação.
Em um único jogo,
admirei, adorei e maltratei,
a minha pequena peteca.
Enfim lhe pus a sentença,
de enterrá-la longe de minha nobre presença.
Suas partes foram transpostas,
para o cemitério do lixo.
E ali ficaram então expostas,
para seu destino final.
Metáfora tão igual,
A nossa reles vida mortal.
Somos como tal,
a peteca do destino.
Nascemos com cheiro único,
e com choro de menino.
Mas os tapas do destino,
transforma-nos de menino,
para homens feitos,
alegres ou sofridos.
Logo nossa pele se encrua,
os traços de nosso algoz,
faz-se em nossa face,
deixando marca de nossa idade,
e da nossa verdadeira realidade.
O destino faz de nossa vida,
sua peteca então.
E no final do tempo de nossa duração,
arqueará o bater de nosso coração.
Transpondo a sua sentença,
do final de nossa vida então.
Leandro campos Alves.
Poema do livro Filosofia Interior.
Leia mais: http://www.escritor-leandro-campos-alves.com/news/peteca-do-destino-/
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