domingo, 6 de julho de 2014

O Lamento de José, por Leandro Campos Alves.

O Lamento de José

 
 


Sinopse:

A vocês eu me apresento,
sou José,
personagem deste lamento.

Ainda estou engatilhando,
mas digo e garanto.
Nasci na literatura Mineira,
para acrescentar na literatura Brasileira.

Vou mostrar a minha origem,
e ensinar minha estrutura,
para redigir esta nova cultura.

Declamarei em versos o romance,
e narrarei o poema escrito,
e ainda a vocês eu digo.

Estarei fazendo a minha história,
para permanecer na nossa memória.

Apresento este primeiro conto,
contado por mim em uma única tarde,
e narrado pelo meu criador,
Leandro campos Alves, o poeta escritor.



Conheçam a extrutura do Conto de Leandro Campos Alves.



    Nasce uma nova maneira de contar históriasescrever poemas e narrar contos. O conto de Leandro tem na formação de seu conteúdo, uma narrativa com dialeto local, coloquial, estruturados em versos.
    O conto não mata as normas da língua portuguesa, ele tem como objetivo acrescentar e, trazer mais próximo da realidade as narrativas, para se aproximar da fidelidade.
    Nele há flexibilidade nas concordâncias verbais e nominais, pois o narrador tem a liberdade de se expressar, porque ele serve como instrumento do conto, repassando ao leitor a história vivida.
    No conto pode-se também relatar palavras regionais com algum erro ortográfico, conforme a conversa dos personagens dentro da história.
    A narrativa tem uma estrutura mínima de trinta versos, e não tem limites para seu encerramento. O narrador da história pode interromper a narração em seu meio, para se expressar, podendo-o expressar seus pensamentos em versos, ou cursivamente.
    O conto de Leandro trás a liberdade da expressão, mas respeitando as regras de um romance, que tem que possuir início, meio e fim.
    A verdadeira união do poema, romance, narrativa e conto, tudo expresso por esta nova forma literária.
    Conheça o conto, O Lamento de José, e descobrirá o conto de Leandro Campos Alves.

 



360 Estrofes e 1510 Versos conheçam o romance "O Lamento de José."
    
O Lamento de José.


No caminho de minha vida,
tive a honra e alegria,
de conhecer a alma pura,
de um simples caboclo em sua lida.

Contrapondo-se aos fatos,
fui prova viva e virtual,
desta história de amor,
regada pelo horror.
Do relado de um contador.

Que incandescentes por ciúmes,
e dos valores conturbados,
que leva um filho calmo e amado,
a se transformar em um derrotado.

Narro agora esta história.
Que foi proferida por José,
em um dia de oratória,
engrandecendo a sua vitória,
deturpado pelo remorso de outrora.

Que mesmo em plena glória,
teve em seu rosto transfigurado,
pelas lágrimas cadentes,
de sua alma descontente.
Caso triste e surpreendente,
mas real em seus dizeres.
Na qual um irmão amargurado,
e completamente enciumado,
ao seu próprio sangue roga males dizeres.

O que agora digo,
aconteceu não foi comigo.
Mas com uma família que conheci,
na região em que nasci.

Região privilegiada e amada,
pela natureza contemplada.
Que com maestria foi esculpida,
e por Deus foi construída.

Existem lá montanhas majestosas,
que são ricas e valiosas.
Riquezas estas extraídas,
por suas belezas visuais,
como também pelos valores minerais.

Gravadas em seus relevos,
nascem fontes de águas,
cristalinas e aromatizadas,
que por todos são contempladas.

Elas seguem em seu caminho,
pré-definidos em seu percurso.
Transpondo-se os obstáculos,
em quedas livres e pertinentes,
que em sua frente são dementes.

Deslizando entres os arbustos,
levam a paz que todos almejam.
Mas que a ambição do homem desenfreada,
as destroem por onde elas estejam.

Existem lá também,
bosques verdejantes
e animais estonteantes.
Que com seu canto e cores marcantes,
deixam o entardecer,
ainda mais belo para os amantes.

Sobre as montanhas ao longe enxergamos,
e ao horizonte contemplamos.
Parecendo ser uma tela pintada,
com riqueza em detalhes que admiramos.

As cores nelas pinceladas são alucinógenas,
que nos embriagam a cada instante.
Fazendo-nos crer em um mundo belo,
onde a alma e a matéria são unidas por um elo.

Podendo ser como Deus,
 invisível e abstrato.
Que nos deixou no arco-íris,
a marca de seu trato.

Hoje ainda ouvimos naquele lugar,
o cantar triste do inhambu chitão.
Que ressoa em contra posição,
a alegria do piar,
do chororó seu quase irmão.

Foi neste cenário esplendoroso,
que José todo cauteloso,
pôs-me a sua história narrar.

Com seu jeito simplório de falar,
e atitudes de proletário do sertão.
Deixava-me com a impressão,
que o matuto estava movido pela paixão.

Foi em seus dizeres comentando,
que não era ele sozinho neste mundo,
pois na casa de seus pais,
moravam com ele,
pai, mãe e um irmão,
que lhe amava com todo o poder do coração.

Mas a história que agora lhe conto,
seu moço viajante.
Não é nenhum rompante,
de um doído ou caminhante.

E sim...

A verdade de um homem,
conturbado pelo remorso,
de suas atitudes impensadas,
mas todas executadas,
e muito bem elaboradas.

Se o senhor olhar no cume daquela montanha,
vai avistar um casebre,
feito todo de palhoça,
e cercado por uma pequena roça.

Atrás dela se olhar com atenção,
verás um riacho e um crotão.
Aonde muitas vezes eu me escondia,
para não ser repreendido pelas minhas folias.

Também existe lá um pomar,
que muitas vezes eu e meu irmão,
frutos nas árvores nós íamos apanhar.
Sendo frutos de laranjas, mexericas e limão,
que eram cortados e espremidos,
para com o almoço serem servidos.

Naquela casa de pau a pique,
com as suas cercas ripadas no quintal.
Ela foi toda construída,
nas vésperas de um natal.
Por um homem com grande ideal.

Era lá a minha morada,
meu pai a fez em uma única toada.
Naquele pedaço de chão tive muita alegria,
mas ali também marquei meu peito,
por uma grande melancolia.

Papai era muito trabalhador,
não tinha medo de nenhum serviço.
Homem forte e muito decidido,
que quando descobriu o amor,
construiu um lar acolhedor.

Casa simples e pequena,
quatro cômodos eram ao todo.
Mas ali eram incrustados,
os sonhos de um devaneador.

Papai foi por mero incomodado,
por vários comentários,
alguns muito desanimadores.
Mas todos os rumores,
não o fez desanimar,
e nem deixar de minha mãe amar.

Ele era um idealista,
um homem conquistador.
Que naquele pedaço de chão,
construiu sua grande história de amor.

Hoje todos conhecem a sua saga,
da forma que foi falada.

Mas ninguém sabe de verdade,
o que aconteceu em minha meia idade.
em forma de desabafo,
falo a você viajante de outra cidade.

Papai era homem bom,
de índole inquestionável,
companheiro e muito amável.
Que em sua juventude,
conheceu uma jovem camponesa,
transformando-a em sua princesa.

Contam os mais velhos,
que esta conquista de meu pai foi a maior.
Pois esta jovem tinha uma beleza rara,
pelas quais os jovens cavaleiros,
impunham seus cortejos mais verdadeiros.

Seus cabelos eram longos e lisos,
sua pele macia como seda,
seu olhar profundo e marcante,
que há quem diga,
que a jovem era uma sereia andante.

Todos os homens que a via,
ficavam hipnotizados na sua frente.
Seus rostos avermelhavam,
suas pernas estropiavam,
e seus cumprimentos fugiam de suas mentes.

Diante da imagem estonteante,
daquela jovem toda radiante,
desejada por todos os amantes.
Fazia com que homens feitos e vividos,
tornassem-se todos desprovidos.

Alguns jovens mais otimistas,
tentavam de varias formas,
ter êxito em sua conquista.

Mas ela não lhes dava confiança,
nem mesmo uma faísca de esperança.

Na jovem havia algo diferente,
que repentinamente,
figuravam cenas em nossa mente.
Imaginando-a em nossos braços,
ao ardor de nosso amor.

Mas certo dia,
a mágica foi refletida em seu olhar.
Foi a vez então dela amar,
e sentir o coração mais forte palpitar,
por alguém,
que morava longe de seu lar.

Não querendo a realidade,
ela tentou ignorar a existência,
da vida de sua outra metade,
que viria a conhecer mais tarde.

O sentimento foi mais forte,
que a fez sentir a suavidade do amor.
Até que chegou certo momento,
que a realidade ela aceitou,
e ao meu pai ela se entregou.

Na escolha de seu par,
com uma simples piscadela sobre o seu ombrear.
Ela deixou o caminho livre,
para meu pai ir lhe procurar.

Marcantes eram suas formas,
tendo-a um corpo sinuoso e atraente.
Que coberto por vestidos longos,
com tecido leves e transparentes,
deixava em seu suave caminhar,
ainda mais desejada,
 e pelos mancebos, ainda mais cobiçada.

Impercebível ela não era,
difícil mesmo era esquecê-la.
Foi por esta obra prima,
que meu pai galanteador,
foi em busca de seu verdadeiro amor.

Desta paixão houve o matrimônio,
abençoado e admirado,
muitas vezes pelo padre contemplado.

Eram dias de alegria,
em casa só havia harmonia.
Todas as manhãs eram por eles contempladas,
não tinha importância,
se com sol amanhecia ou se chovia.
Papai sempre acordava no inicio do alvorecer,
preparando o café para sua amada,
levando-o na cama ainda de madrugada.

O dia podia ser longo,
difícil ou desgastante.
Mas para meu pai,
que era um homem atuante.
O dia passava rapidamente,
como um vento sussurrante.

A tarde logo se punha,
acolhendo o sol entre as montanhas.
Ao iniciar o crepúsculo,
vestia-lhe o céu,
sobre uma nuvem de escuridão.
Por onde diz o ancião,
que é para a lua nascer no coração,
de todo povo deste mundão.

Foi neste clima de romance,
que meus pais se amaram.
Para terem uma chance,
de sua família aumentar.
Com objetivo de um filho criar.

Por vários anos conseguintes,
sua esposa tentou engravidar.
Mas o destino foi cruel,
e um filho ainda não quis lhes dar.

Meu pai então começou promessas fazer,
pois a sua esposa não conseguia um filho conceber.
Ambos eram saudáveis,
e não tinha explicação,
para esta falta de concepção.

Médico ali não existia,
falar em remédio era uma agonia.
O conforto para todos os males vinha da fé,
que vários buscavam no Santo José.

Caso igual era de meu pai,
que sobre os joelhos se pôs em oração,
pedindo a bênção ao santo de sua devoção.

E se fosse sua promessa concebida,
e a sua graça recebida.
E se seu bacuri caso macho fosse.
O nome de José seria a ele dado,
em forma de batizado,
para cumprir assim,
a promessa ali efetuada.

Os dias passavam-se interjacentes com as noites,
os meses seguiam sua trajetória,
e o filho ainda estava só na memória.

Nas noites de silêncio absoluto,
ouvi-se nesta região,
somente o chilrear e o coaxar,
dos animais que andam sobre a luz do luar.

Dentro de casa,
o silêncio era rompido,
pelo ato do amor puro e apaixonado,
de um casal fortemente idealizado,
para seu filho ser materializado,
pela fé na promessa feita,
ao santo de sua seita.

Continuo ainda a falar ao senhor,
sem ter nenhum temor.
Que não tem em nenhum lugar,
casal com este jeito de amar.

Meu pai era virtuoso,
com a minha mãe era muito carinhoso,
eles falavam apenas no olhar,
o mesmo que o fez apaixonar.

Um dia meu pai entrou em casa,
e viu sua amada com olhar triste.
Sentada ao solo,
com lágrimas caindo em seu colo.

Era o olhar de uma mulher,
que começava a se render,
pois ela começava a crer,
que um filho nunca iria conceber.

Neste momento meu pai também foi solidário,
abraçando minha mãe,
em um carinhoso e longo afago.
Dando-lha um pouco de conforto,
para este sentimento amargo,
que para minha mãe tinha o peso de um fardo.

Seus conselhos foram sábios,
como todos que ele proferia.
Era para mamãe ter alegria,
pois tinha ele certeza que ela conseguiria,
engravidar qualquer dia.

Pois eles não tinham pressa,
desde que Santo José,
cumprisse-lhes a promessa.

Mas se caso ele lhes faltasse,
mãe de certo ela iria ser.
Mesmo que seu ventre não gerasse uma criança,
eles não iriam perder a esperança,
que um filho iria ter.

Este filho seria amado,
não importando se fosse adotado.
Pois pais são quem cria o enteado,
e a biologia um dia seria coisa do passado.

Foi então seu viajante,
através do surgimento desta ideia,
que meus pais foram em minha aldeia,
e me adotaram como filho.
Sem por nenhum empecilho.
mesmo eu sendo grandinho,
tive sorte ao receber o seu carinho.

Eu era pequenino,
já tinha passado fome e frio,
tomava banho no rio,
mesmo em pleno inverno,
por que não tínhamos banheiro interno.

Nossas malocas eram todas cobertas,
com um tipo seco de ramo,
o mesmo material tinham em suas paredes,
que em seus esteios ficam algumas redes.

A maloca possuía um único cômodo.
Sendo os dormitórios e a cozinha unidos,
ficando em varal pendurada toda comida.

Homens e mulheres dormiam aos pares ou sós,
dependendo das vontades dos homens,
que autoritários,
eram das mulheres proprietários.

Tinha eu uns três anos de idade,
não compreendia nada,
mas eu sentia,
que minha vida mudaria.
E que todos os conhecidos eu esqueceria,
até mesmo minha mãe,
eu não mais a reconheceria.

Pois meu pai já não vivia comigo,
dizem que sou filho biológico,
de um velho mendigo.

A partir daquele momento,
eu conheci o amor materno,
e o verdadeiro carinho paterno.

Tirei eu a sorte grande,
tornando-me filho deste casal,
que me propôs o amor ideal.

Semanas mais tarde,
recebi o nome da promessa,
chamaram-me de José,
revelando-me toda sua fé.

Descobri com isto então,
que eu era um ser pagão,
mas graças aos meus novos pais,
agora eu tinha uma religião.

Após meu batismo,
meus pais tiveram uma nova notícia,
que lhes tiraram do abismo.

Minha mãe teve a confirmação,
que em seu ventre,
tinha uma nova criação.

Sendo esta a tão esperada gestação.
Pois José lhes deu a graça da concepção,
que os fez chorar de emoção.
Eu que era tão sozinho,
agora iria ter um irmãozinho.

De inicio fiquei enciumado,
corri para o banhado.
Mas meu pai veio todo animado,
e me falou...
Que eu seria sempre por ele amado.

Mas como fui muito desconfiado,
revoltei e mudei o meu jeito de ser.
Fui desonesto em meu crescer,
e muitas vezes eu tive que correr.

Minhas artes eram maliciosas,
não imagina o quanto eram perigosas.
Mas eu não queria nem saber,
só queria aparecer.

Aqui começou a minha saga,
que mudaria toda minha vida.
Então senhor viajante,
peço-lhe que sente e seja paciente.

Pois esta história é comprida,
mas não vou deixar nada ausente,
para que o senhor tenha em mente,
como pode um homem ser tão egoísta,
e prejudicar sua própria gente.

A gestação de minha mãe,
foi alegre e muito boa.
Enquanto suas pernas e seu corpo inchavam,
a sua barriga crescia,
meu pai sempre lhe dizia,
que mais bela ela se tornava,
conforme as mudanças,
que a gravidez lhe proporcionava.

Lá em casa,
lembro-me bem.
Que ao cair à aurora,
a noite trazia consigo,
a necessidade de recolhermos ao nosso abrigo.

O breu da escuridão,
era quebrado pela luz de um lampião.
Que ficava dependurado em um prego,
fixado ao corpo do espigão.

Cada cômodo tinha um,
que acesos simultaneamente,
deixavam-nos muito contentes.
E me trazia na lembrança,
que ali dentro eu tinha segurança.


Em especial tinha um lampião,
que ficava na cozinha,
que meu pai toda noite acendia,
para apagar no clarear do dia.

O grande momento chegou mais cedo,
minha mãe não teve medo,
pois o parto era esperado,
não podendo ser mais adiado.

Ao cair da tarde,
as contrações vieram.
A barriga desceu,
o sinal ficou iminente,
de que a parteira deveria estar presente.

Meu pai saiu a galope,
a procura da parteira mais experiente,
que naquela região era conhecida por toda gente.

Ela era considerada por vários casais,
mãe adotiva das crianças,
que através de sua competência,
trouxe-lhas para sua existência.

E outros casais tinham,
um verdadeiro carinho por aquela senhora,
que para ajudar não tinha hora.
Os novos pais demonstravam a sua gratidão,
através de um convite com emoção,
para aquela senhora ser madrinha de consagração,
da nova vida em questão.

Assim, rápido como fogo,
seu nome e sua competência,
espalhava-se por toda a região.
Abrangendo uma circunferência,
que não se tinha compreensão.

Seu nome com tempo mudou,
de parteira sinhá Mariinha,
passou a chamar-se simplesmente madrinha.  

Lembro que meu pai horas andou,
mas por fim,
sinhá encontrou.

Então para nossa casa ele regressou.
Trazendo consigo aquela senhora,
que já estava curva,
com cabelos brancos e peles franzidas,
pernas tortas e magras,
porém muito compridas.
Mas que me deu toda liberdade,
de perguntar a sua idade.

Enquanto a água ela punha a esquentar no fogão,
que usava madeira seca como combustão.
Ela me respondeu que a sua idade,
era rejuvenescida pela caridade.

Pois já possuía noventa anos,
mas aparentava ter bem menos.
Foi ai que ela reiterou,
que também é importante o que comemos.

Calmamente ela pediu licença,
e para o quarto de minha mãe encaminhou,
e meu pai ela tranquilizou,
avisando-o que parto não é nenhuma doença.
É apenas uma questão de paciência.

Meu pai aflito na cozinha ficou,
a hora passava,
e minha mãe ainda gritava.
Até que um momento ela se calou.
Foi então que o choro ecoou,
e na cozinha meu pai se alegrou.

Com o choro a certeza de que o filho nasceu,
neste momento ele compreendeu,
que o Santo José dele não esqueceu.
Mesmo diante de toda dificuldade,
imposta pela escuridão,
intermitente com a luz do lampião.
Sinhá Mariinha comprovou a sua aptidão,
ao conduzir aquele parto dentro daquele quarto,
com calma e sabedoria,
que só ela possuía.

Meu irmãozinho eu fui conhecer,
tão logo ao amanhecer.

Lembro-me de olhar e seus traços,
que ao vê-lo,
ele foi logo esticando seus pequenos braços,
parecendo que estava me pedindo um abraço.

Ele parecia um anjinho,
que meus pais olhavam com muito carinho.
E ao brincar com ele a primeira vez,
pude notar que ele seria muito cortês.

Tinha algo nele que me encantava,
mas na minha ignorância,
isto me incomodava.
Mesmo assim eu ainda não o amava.

Quanto meus pais foram ele batizar,
lembro-me bem de uma nova questão,
que lhes trouxeram uma indecisão.

Se a promessa para a sua concepção,
era lhe dar o nome do Santo José.
Como eles poderiam ter dois filhos,
com único nome em compromisso da fé.

Novamente fiquei atordoado,
pois parecia que meu nome era emprestado.
Com tudo ali parecia que estava errado.
Isto me deixou ainda mais irado.
Até página 21


 O Lamento de José.


...Tinha eu uns três anos de idade,
não compreendia nada,
mas eu sentia,
que minha vida mudaria.
E que todos os conhecidos eu esqueceria,
até mesmo minha mãe,
eu não mais a reconheceria.

Pois meu pai já não vivia comigo,
dizem que sou filho biológico,
de um velho mendigo.

A partir daquele momento,
eu conheci o amor materno,
e o verdadeiro carinho paterno.

Tirei eu a sorte grande,
tornando-me filho deste casal,
que me propôs o amor ideal.

Semanas mais tarde,
recebi o nome da promessa,
chamaram-me de José,
revelando-me toda sua fé.

Descobri com isto então,
que eu era um ser pagão,
mas graças aos meus novos pais,
agora eu tinha uma religião.

Após meu batismo,
meus pais tiveram uma nova notícia,
que lhes tiraram do abismo.

Minha mãe teve a confirmação,
que em seu ventre,
tinha uma nova criação.

Sendo esta a tão esperada gestação.
Pois José lhes deu a graça da concepção,
que os fez chorar de emoção.
Eu que era tão sozinho,
agora iria ter um irmãozinho.

De inicio fiquei enciumado,
corri para o banhado.
Mas meu pai veio todo animado,
e me falou...
Que eu seria sempre por ele amado.

Mas como fui muito desconfiado,
revoltei e mudei o meu jeito de ser.
Fui desonesto em meu crescer,
e muitas vezes eu tive que correr.

Minhas artes eram maliciosas,
não imagina o quanto eram perigosas.
Mas eu não queria nem saber,
só queria aparecer.

Aqui começou a minha saga,
que mudaria toda minha vida.
Então senhor viajante,
peço-lhe que sente e seja paciente...

Páginas 26 & 27
Vendas no clube de autores.
 
 

clubedeautores.com.br/book/160820--O_Lamento_de_Jose#.UxObb_ldWD4

 
Vendas Ebook Saraiva.
 
 
 
 
Participação da edição especial em comemoração de um ano um de Divulga Escritor.


Participação Especial 
Escritor Leandro Alves
Página 43.

Romance escrito em versos é sucesso entre leitores

Um Mistério...
Dois Irmãos...
Um desabafo...
Só um assassino!
“O Lamento de José” traz a
história de dois irmãos envolvidos
em vários mistérios, mas com
algo a mais em seu contexto.
Este romance se diferencia
de todos os outros, porque surge
da união do romance dissertativo
e o encanto poético das rimas,
sendo esta a principal diferença
que faz com que ”O Lamento
de José” seja reconhecido por
alguns acadêmicos, como uma
nova forma literária que está surgindo
no país.
Este romance é composto por
360 estrofes, totalizando 1.510
versos distribuídos em 68 páginas,
trazendo consigo toda beleza
poética e, instigando o leitor a
tentar descobrir na próxima estrofe
o final deste drama criada
pelo escritor, mas que só será revelado
nos últimos versos.
O romance faz parte da Trilogia
“Contos de Leandro Campos
Alves”, que já possuem outros
volumes prontos para edição, no
qual o escritor revela que ao final
da série, toda a Trilogia será unificada
em um único volume.
Um romance investigativo,
envolvente, criativo e misterioso.
Conheçam um pouco de sua
estrutura.
Está nascendo uma nova maneira
de contar histórias, escrever
poemas e narrar contos. O conto
de Leandro tem na formação de
seu conteúdo, uma narrativa com
dialeto local, coloquial, estruturados
em versos.
O conto não mata as normas
da língua portuguesa, ele tem
como objetivo acrescentar e, trazer
mais próximo da realidade as
narrativas, para se aproximar da
fidelidade.
Nele há flexibilidade nas concordâncias
verbais e nominais, pois
o narrador tem a liberdade de se
expressar, porque ele serve como
instrumento do conto, repassando
ao leitor a história vivida.
No conto pode-se também
relatar palavras regionais com algum
erro ortográfico, conforme a
conversa dos personagens dentro
da história.
A narrativa tem uma estrutura
mínima de trinta estrofes, e
não tem limites para seu encerramento.
O narrador da história
pode interromper a narração
em seu meio, para se expressar,
podendo-o expressar seus pensamentos
em versos, ou em dissertação.
O conto de Leandro trás a liberdade
da expressão, mas respeitando
as regras de um romance,
que tem que possuir início,
meio e fim.
A verdadeira união do poema,
romance, narrativa e conto,
tudo expresso por esta nova forma
literária.
Conheça o conto, O Lamento
de José, e descobrirá o conto de
Leandro Campos Alves.
Fiquem com Deus e Boa leitura.
 
Entrevista na integra pode ser vista na página entrevistas com autor.


Leia mais: http://www.escritor-leandro-campos-alves.com/o-lamento-de-jose/

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